A Universidade Federal de Santa Catarina tem sido notícia nas últimas semanas, mas não da forma que gostamos e estamos acostumados. A UFSC, assim como todas as universidades e institutos federais, passa por um momento delicado por conta dos cortes que a educação vem sofrendo nesse ano. O professor Vladimir Arthur Fey, que é secretário de Planejamento e Orçamentos da Universidade conversou com a equipe de jornalismo da Jovem Pan Floripa e esclareceu a situação dos orçamentos da universidade.
“…A universidade tem pra 2019, 145 milhões. Desse 145 milhões, 30% foi bloqueado, logo, sobram aí em torno de 101 milhões. Desses 101 milhões, o governo federal já liberou 58% que correspondem a 84 milhões. Logo, nós temos pra terminar o ano, somente 17 milhões. Então desses 17 milhões, é importante lembrar que a universidade tem uma demanda hoje mensal de recursos em torno de 12 milhões de reais. Logo os 17 milhões dão para um mês e meio….”
Com isso, a universidade precisa por em prática algumas ações de contenção de gastos. Dentre eles, o que mais chamou atenção foi o cancelamento da 18° Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão, SEPEX 2019. Um evento que reúne mais de 60 mil pessoas todos os anos no campus Florianópolis e também o uso do Restaurante Universitário – RU restrito somente para alunos cadastrados na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis – PRAE que possuem a isenção, ação, esta última que segundo o professor Vladimir “…fica suspensa até uma segunda ordem, acreditando naturalmente que o Ministério da Educação possa na verdade desbloquear esse orçamento….” e ele continua “…é importante lembrar que a situação é crítica, ala é muito delicada…”
Importante salientar que esse conjunto de medidas para contenção de gastos não foi o primeiro que a Reitoria coloca em prática. Desde junho a universidade vem diminuindo terceirizados de diversos setores da universidade, além de redução de consumo de combustível, manutenção da frota de veículos entre outras. Esse último conjunto causou mais impacto porque atingiu mais fortemente a comunidade acadêmica. O professor ainda afirma que “…o montante bloqueado é muito, as ações que nós estamos fazendo acreditando que o governo deva desbloquear quase tudo, porque se não a universidade não terá fôlego para terminar o semestre…”
Ele comenta que a universidade está fazendo o máximo para que a comunidade acadêmica sinta o mínimo possível os cortes, mas que “…estamos chegando no limite”. O professor pede também a conscientização da população para com as universidades quanto a importância que os institutos federais tem para a sociedade e quem atitudes contrarias podem causar um “desmonte das universidades”.
Precisamos entender a importância que as universidades tem em na nossa sociedade atual e tudo que conquistamos através de profissionais que por ali passaram.